As ações adotadas pelo Paraná para o combate ao Aedes aegypti
fizeram parte de um seminário de apoio a gestores e profissionais de saúde de
todo o Brasil nesta sexta-feira (14), em Brasília. A apresentação fez parte da
programação do 33º Congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems), que acontece até amanhã (15).
A superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini,
foi a responsável por representar o secretário estadual da Saúde do Paraná e
presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Michele
Caputo Neto. “Nosso estado é o único do país a garantir um incentivo estadual
para que as prefeituras apliquem na Vigilância em Saúde, o VigiaSUS. Também
fomos o primeiro das Américas a fazer uma campanha pública de vacinação contra
a dengue. Ações pioneiras e exitosas como essas justificam o espaço que o
Paraná está tendo aqui”, salienta.
Por meio do VigiaSUS, o Estado já destinou quase R$ 180
milhões aos municípios desde 2011. Além do combate à dengue e outras doenças, o
recurso também pode ser aplicado em vacinação, vigilância sanitária, saúde do
trabalhador, ações de promoção à saúde etc. Para o controle do Aedes, também
foram organizados comitês intersetorais, visitas domiciliares, fumacês,
mutirões de limpeza, campanhas publicitárias, entre outras ações.
“Essas são algumas das estratégias que nos ajudaram a
controlar a situação da dengue. Finalizamos o período epidemiológico em julho
de 2016 com mais de 56 mil casos confirmados e agora, quase fechando o próximo
período epidemiológico, temos uma situação muito mais favorável – menos de 900
casos desde agosto do último ano”, detalha a superintendente.
VACINAÇÃO – A vacinação contra a dengue foi outra estratégia
pioneira. Entre 2016 e 2017, foram aplicadas mais de 450 mil doses da vacina na
população-alvo de 30 cidades do Estado. Os municípios concentravam 80% dos
casos de dengue, 93% dos casos de dengue grave e 82% das mortes pela doença em
2015.
A vacina passou por 20 anos de pesquisas e os estudos
mostraram que ela proporciona proteção de 93% contra a dengue grave e reduz em
80% as internações pela doença. A terceira etapa da vacinação está marcada para
o segundo semestre deste ano.
EXPERIÊNCIA MUNICIPAL – Também no seminário, três municípios
apresentaram experiências: Franciscópolis, em Minas Gerais; Água Branca, no
Piauí; e Boa Esperança, no Paraná. A secretária de Saúde em exercício do
município de Boa Esperança, Leandra Pietrowski de Mattos, contou que um dos
maiores empecilhos para cumprir o calendário de visitas de eliminação de focos
do mosquito eram os problemas entre Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de
Combate às Endemias.
A solução encontrada foi unificar os trabalhos. Todos teriam
funções iguais e dividiriam as mesmas atividades. A capacitação dos 12
profissionais foi realizada pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná por
meio da 11ª Regional de Saúde – Campo Mourão. A atitude facilitou o cumprimento
das visitas e auxiliou na redução drástica dos índices de dengue em Boa
Esperança, que passou de 28 casos em 2013 para nenhum caso em 2016.
“Somos um município pequeno, com 4,5 mil habitantes.
Entretanto, os problemas de outras cidades são os mesmos, o que muda é proporção.
Como gestores, temos que resolver as situações que não estão adequadas. Neste
caso, funcionou muito bem com a gente. Estou aqui compartilhando a experiência
que recomendo”, diz Leandra. O município também teve auxílio no combate às
endemias com recursos do VigiaSUS.
ESPECIALISTAS – As discussões tiveram o objetivo de
fortalecer o combate ao mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e
febre amarela. Por meio da abordagem de estratégias variadas utilizadas em
diferentes regiões do país, os participantes puderam acompanhar o debate com
especialistas no assunto do Ministério da Saúde (MS) e da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Fonte: SES/PR