O evento conta com a parceria da prefeitura de Maragogi e da Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM) e apoio da Associação Alagoana de Municípios (AMA) e segue até sábado, 12 de outubro. Logo na cerimônia de abertura, o grupo de coral em libras Mãos que cantam deixou o hino nacional ainda mais emocionante. O projeto é da escola municipal de Maragogi e tem crianças e adultos no talentoso elenco.
Para fechar o primeiro dia de Seminário, o projeto Tocantes, do Salinas Resort, apresentou sua música clássica no auditório. No repertório, de Yesterday dos Beatles a Boiadeiro de Luiz Gonzaga. E a família do grupo Bumba Meu Boi coloriu o encerramento com a história do folclore popular que mistura personagens humanos e animais fantásticos. Durante a tarde, expositores locais também puderam mostrar artesanato e gastronomia local nos estandes da Feira de Negócios Turísticos.
Segunda mesa
Para falar de Turismo e o Patrimônio Natural – Boas práticas de governança do turismo nos Municípios e em Unidades de Conservação, tema da segunda mesa temática do dia, subiram ao palco o presidente da OCBPM, Mário Nascimento; a professora do Departamento de Turismo da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) Vanice Selva; e o secretário de Turismo e Meio Ambiente de Jijoca de Jericoacoara, no Ceará, Ricardo Gusso Wagner. O coordenador-geral da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), José Scorsatto, foi o mediador.
Com um ponto de vista acadêmico, Vanice lançou uma série de reflexões acerca da transformação de uma região em ponto turístico. “A gente ainda tem baixo dinamismo. Vemos que Municípios que receberam investimentos do Prodetur [Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo] ainda estão com baixo IDH [Índice de Desenvolvimento Humano]”, alertou.
Segundo a professora, é preciso aliar a atividade turística com o bom uso do patrimônio cultural e natural. Do contrário, corre-se o risco de provocar o processo de “turistificação” dos espaços, o qual ela explicou em seguida. “Existem conflitos. Muitas cidades cresceram em função do turismo, mas é preciso estar atento às consequências. Entre elas, artificialização, exclusão, ressignificação, fragmentação, valoração e gentrificação”, listou.
O secretário de Jijoca, onde está localizado o Parque Nacional de Jericoacoara – que se estende por três Municípios –, ressaltou que a gestão compartilhada foi o segredo para o sucesso. “Não temos iluminação pública na vila de Jericoacoara, o chão é de areia, o que a deixa charmosa e atrai atenção do turista. Para tudo apostamos no associativismo e cooperativismo, que são muito fortes”, confidenciou.
Para fechar as apresentações, o consultor Mário Nascimento contou a história de como se formou a Rota das Missões, no Rio Grande do Sul. “São Miguel das Missões era patrimônio cultural, mas não tinha nem hotel. Foi preciso muito investimento, em anos, e união dos Municípios da região”, resumiu. Assim como a primeira mesa técnica, ele apresentou números interessantes do turismo no Brasil. “Temos que colocar a mão na massa, apostar nos prefeitos como os que se apresentaram aqui, para explorar esse potencial brasileiro”.
Fonte: Agencia de Noticias da CNM.