O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou as matrizes tradicionais do forró como patrimônio imaterial brasileiro na quinta-feira, 9 de dezembro. O Conselho Consultivo do órgão aprovou o título por unanimidade. Ritmo tradicional do Nordeste que se consagrou por todo país e integra a identidade cultural nacional, o forró é destaque em diversos Municípios, fomentando o turismo cultural.
Na Paraíba, de onde surgiu o pedido de registro do forró como patrimônio cultural do Brasil, o São João de Campina Grande, realizado pela prefeitura anualmente há 38 anos, ajuda a manter a tradição viva. Em 2019, antes da pandemia da Covid-19, o Município recebeu 1,8 milhão de visitantes durante a festividade, que somou cerca de 700 horas de forró, além de comida típica, quadrilhas e outras atrações. Na ocasião, o evento injetou R$ 300 milhões na economia local, segundo dados da prefeitura de Campina Grande (PB), que tem uma população estimada de 402 mil habitantes.
De acordo com o Iphan, a solicitação de registro foi apresentada em 2011 pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba, recebendo o endosso da superintendência do Instituto no Estado da Paraíba. Por meio de abaixo-assinado, a proposta recebeu apoio de 423 forrozeiros de todo país.
Capital do forró
Conhecido como capital do agreste e do forró, o Município de Caruaru (PE) tem atuação fundamental para a celebração e a difusão do forró. Além do comércio pulsante, da Feira de Caruaru, também patrimônio cultural imaterial, o Município vive intensamente sua parte cultural, com artesanato, museus, cordel e sediando - com muito forró - o São João de Caruaru. Em 2019, durante 30 dias de eventos, a cidade contabilizou 3,2 milhões de visitantes.
Os Municípios do Ceará também têm história quando o assunto é forró, de grande influência em todo o Estado. E, embora de grande tradição em todo o Nordeste, a manifestação cultural - que envolve o ritmo musical, as danças e os instrumentos tradicionais - alcança todo o país, se firmando como uma característica da identidade cultural do Brasil.
Segundo o Iphan, as matrizes tradicionais do forró são “uma forma de expressão que envolve diversas modalidades artísticas, cujo núcleo é a performance social de um leque de tipos de música e dança”. O Instituto explica ainda que desde os primeiros registros conhecidos, no início do século XX, a palavra forró tem o sentido de um tipo específico de música, cantada ou instrumental. Além disso, o termo é usado para definir um tipo de evento com música ao vivo e dança, com diferentes gêneros musicais, como o baião, xote, xaxado, rojão, xamego, balanço, miudinho, forró-samba e quadrilha/arrastapé.
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