O Setembro Amarelo é uma campanha idealizada pela Associação
Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina
(CFM) para conscientizar sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a
população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
Falar sobre o Setembro Amarelo é, na verdade, abordar uma
série de questões. Em especial, com relação à saúde mental, que influencia o
comportamento e ações das pessoas, mas ainda é um tabu em alguns cenários.
A campanha visa reverter essa realidade para que os aspectos
psicológicos recebam sua devida importância e atenção.
Mas por que falar sobre suicídio e saúde mental? Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida, uma pessoa tira a própria vida. Por ano, mais de 1 milhão de suicídios acontecem em todo o planeta. No Brasil, são registrados mais de 12 mil suicídios, e os números só têm aumentado nos últimos anos.
O site https://beecorp.com.br/setembro-amarelo/ preparou este
texto para explicar melhor o Setembro Amarelo e como abordá-lo na sua empresa.
Continue a leitura e confira!
O que é o Setembro Amarelo?
O dia 10 de setembro foi escolhido em 2003, pela OMS, como uma data para chamar a atenção para a questão do suicídio. A organização observou a necessidade de desenvolver uma estratégia que abordasse o tema sem o tabu envolvido, fomentando a informação e a conscientização.
Em 2014, a ABP, o CFM e o CVV idealizaram o Setembro Amarelo.
O objetivo, segundo a organização, é conscientizar sobre o suicídio, abordando
as formas de prevenção. Por isso, essa ação está presente em toda a sociedade e
o intuito é que, a cada ano, aumente a participação.
Para isso, as organizações disponibilizam materiais de apoio
em que é possível compreender melhor a temática e sua relação com a saúde
mental. É fundamental que esse tema também seja trabalhado nas empresas, uma
vez que a atividade laboral afeta diretamente o estado psicológico dos
trabalhadores.
O mês Setembro Amarelo é uma grande ação conjunta de
diferentes esferas da sociedade. Ele visa levar conscientização e informação
para todas as pessoas, possibilitando prevenir novos casos de suicídio por meio
da educação e uma conversa aberta sobre esse tema.
É uma campanha muito significativa porque envolve ações de
pessoas, entidades, órgãos de saúde, empresas, entre muitos outros. O foco é o
cuidado com a saúde mental de pessoas de todas as classes sociais e faixas
etárias.
Consiste em um olhar para a vida, o cuidado com o outro, suas
dificuldades, problemas e conflitos que, muitas vezes, precisa lidar sozinho.
Assim, aqueles que estão em risco encontram apoio, os demais descobrem como
lidar com essa problemática e evitar os fins trágicos que os abalos da saúde
mental podem provocar.
Para que serve o Setembro Amarelo?
Como explicamos, o suicídio ainda é um tema cercado por
tabus. Para muitos, persiste o pensamento de que uma pessoa que desiste da sua
própria vida não tem coragem para viver e prefere desistir a lutar. O Setembro
Amarelo vem mostrar que isso não é verdade.
Problemas como estresse, depressão, uso descontrolado de substâncias e até mesmo o assédio em função do bullying, geram grandes abalos para a saúde mental do indivíduo. Quem se suicida não quer desistir de viver, mas se livrar da dor e dos problemas para os quais não encontra uma saída.
A campanha mostra para essas pessoas que elas não estão
sozinhas, são compreendidas e podem procurar ajuda, que todos esses problemas
têm uma solução quando recebem o apoio de outras pessoas. Além disso, faz o
trabalho de conscientização com quem não está passando por essa situação.
Nesse último caso, o Setembro Amarelo contribui para que se
consiga identificar os sinais de quem está passando por momentos difíceis, o
modo correto de abordar essas situações delicadas e como evitar que uma pessoa
chegue a esse estágio de desespero.
Qual é a importância do Setembro Amarelo?
Segundo a OMS, o suicídio é uma das principais causas de mortalidade, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Os dados ainda nos mostram que a cada ano cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e existe um número ainda maior de pessoas que tentam tirar a própria vida e não conseguem.
No Brasil, ocorrem cerca de 32 mortes por dia por suicídio.
Trata-se de um grave problema de saúde pública, mas é importante entender que
são diversos fatores que podem influenciar um indivíduo a praticar essa ação,
como cobrança da sociedade, bullying, medo, insegurança, fracasso, derrotas
etc.
No entanto, as principais causas de suicídio estão
relacionadas à transtornos psiquiátricos, como a depressão, ansiedade,
esquizofrenia e uso de substâncias psicoativas.
Durante muito tempo, o tema suicídio foi tratado como tabu.
No entanto, segundo a OMS, 90% dos casos poderiam ser prevenidos pelo simples
fato de ter alguém para conversar, alertar e mudar a situação em que a pessoa
se encontra. Além disso, é de fundamental importância contar com ajuda de
especialistas para enfrentar e superar o momento.
Nesse sentido, a realização do movimento Setembro Amarelo se
faz extremamente necessária para que as pessoas entendam a gravidade da
situação, conscientizando sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a
população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
O movimento reforça a importância de debates, diálogos e discussões
que abordem o problema, incluindo ainda os pensamentos suicidas, planos e
tentativas de morte e transtornos relacionados ao problema.
Por que a cor amarela?
Outras campanhas também acontecem em meses específicos e
recebem uma cor para ser trabalhada nas temáticas envolvidas, como Outubro
Rosa, Novembro Azul, Janeiro Branco, Abril Verde e outros.
Muitas vezes existe mais de uma campanha em um mesmo mês e as cores acabam se repetindo no ano, afinal, existe também o Maio Amarelo, que debate sobre acidentes de trânsito. Mas por que essa cor foi escolhida para tratar sobre o suicídio no mês de setembro?
A explicação está no fato de que a cor amarela, nesse caso,
simboliza a esperança, mas ela foi inicialmente adotada em homenagem Mike Emme.
O jovem americano tinha um Mustang amarelo, mas se suicidou com apenas 17 anos
de idade. Cartões com fitas amarelas foram entregues no dia do seu funeral com
a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”.
Como funciona a campanha de Setembro Amarelo?
O Setembro Amarelo não é uma campanha de adesão obrigatória,
mas um movimento coletivo para promover a saúde mental e dar suporte para quem
precisa de ajuda. É destinado a qualquer pessoa física, empresa ou outra
instituição que deseje se juntar à ABP e ao CFM para prevenir novos casos de
suicídio.
No site oficial da campanha são disponibilizadas as
diretrizes para participar e divulgar o Setembro Amarelo, bem como materiais
para trabalhar junto ao público-alvo, no caso das empresas, os seus
colaboradores.
O apoiador pode realizar as suas próprias ações com base nas
diretrizes previstas para a campanha. Além disso, acontecem eventos organizados
pelos parceiros da ABP, sendo que a agenda é divulgada também no site oficial
da campanha.
Como identificar alguém que precisa de ajuda?
Falar sobre o assunto é sempre a melhor opção. A maioria das
pessoas não costumam compartilhar esse tipo de sentimento, pois ainda enfrentam
um grande tabu para lidar com o assunto.
No entanto, existem alguns sinais de alerta que podem salvar
a vida de uma pessoa, entre eles podemos destacar:
Quando perceber que uma pessoa não demonstra mais interesse
por coisas que gostava anteriormente;
Apresentar comportamento retraído, com dificuldades de se
relacionar com amigos e familiares;
Remoer pensamentos de forma obsessiva e sem conseguir parar;
Desesperança, solidão, impotência e falta de significado na
vida;
Irritabilidade, pessimismo e apatia;
Alterações extremas de humor, como excesso de raiva,
vingança, ansiedade, irritabilidade, pessimismo, apatia e sentimentos intensos
de culpa ou vergonha;
ter casos de doenças psiquiátricas como: transtornos mentais,
de comportamento, personalidade, de humor etc.;
falar sobre morte ou suicídio, querer concluir afazeres
pessoais e profissionais, doar pertences, visitar vários entes queridos de uma
só vez, escrever um testamento, escrever cartas de despedida;
entre outros.
Como ajudar uma pessoa sob risco de suicídio?
É importante identificar os sinais e não tratar as
lamentações da pessoa como “drama” ou “exageros”. O contato inicial é muito
importante, mas deve ser feito de forma adequada, entre as principais ações
podemos destacar:
falar de forma carinhosa e sem julgamentos, ouvir com atenção
e se mostrar interessado com a conversa,
falar sobre o assunto, sem medos e tabus;
ter empatia, paciência e demonstrar preocupação, cuidado e
afeto;
Conversar com amigos e familiares da pessoa e se manter ao
lado dela para ajuda e apoio;
procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a
importância deles;
não esperar a pessoa dizer que quer se matar para buscar
ajuda. É preciso estar atento aos sinais de alerta e levar a situação a sério;
ligando para o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio
do número 188;
Ir atrás das unidades e profissionais da saúde;
Participa de grupos de apoio.
Por que tratar de suicídio é falar de saúde mental?
Um dos dados apresentados pelo Setembro Amarelo mostra que cerca de 96,8% dos casos de suicídio registrados no último ano tinham relação com transtornos mentais. Entre as doenças, a depressão ocupa o primeiro lugar.
Por isso, um dos pontos abordados pela campanha é exatamente
a saúde mental. O suicídio é um fenômeno complexo e uma atitude extrema de uma
pessoa em sofrimento. É preciso entender essas relações para compreender essa
ação.
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