O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec), da Ciência, da
Tecnologia e da Inovação, e o Instituto SENAI de Inovação em Energias
Renováveis (ISI-ER), apresentaram nesta quarta-feira (6) um estudo inédito no
Brasil que aponta as áreas mais promissoras do estado para escoamento da
energia dos futuros complexos eólicos offshore (no mar). A apresentação foi
feita no auditório da Governadoria, na presença da governadora Fátima Bezerra,
com a participação de representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) e representantes da academia e setor produtivo.
“Avaliação de estratégias locacionais para o desenvolvimento
de infraestruturas de transmissão de energia no suporte ao setor eólico
offshore do estado do Rio Grande do Norte” é o nome do estudo, que avaliou
fatores técnicos, ambientais, econômicos e sociais relacionados à implantação e
conexão da infraestrutura dos empreendimentos offshore à rede elétrica
nacional. Para realizar o projeto, o
Governo do RN investiu R$ 264,5 mil em convênio com o Instituto.
“Esse trabalho que vocês estão vendo aqui hoje é pioneiro,
dentro desse ofício que nos cabe que é preparar o Rio Grande do Norte para que
ele possa exercer, no contexto do Nordeste do Brasil, essa imensa vocação que
tem de ser detentor da maior qualidade em matéria de recursos eólicos do
mundo”, disse a governadora Fátima Bezerra.
A chefe do executivo estadual enfatizou a parceria estreita
com a academia e institutos de pesquisa no planejamento estratégico para a
política de desenvolvimento energético do Estado. “Foi com o ISI que nós
fizemos, por exemplo, o primeiro Atlas Eólico e Solar, que o Rio Grande do
Norte não tinha”, pontuou. Assim como o Atlas, o estudo para transmissão
offshore foi desenvolvido por pesquisadores ISI-ER e tem como produto uma
plataforma interativa online (também integrada ao Atlas), além de um documento
em versão impressa e digital com os dados consolidados.
Ferramenta estratégica para a atração de investimentos no
setor, a plataforma fornece informações destinadas aos empreendedores, órgãos
reguladores, licenciadores e sociedade em geral, através de um modelo em
Sistemas de Informações Geográficas – SIG. A metodologia incluiu a análise de
dados oficiais, visitas em campo, e uso de um modelo computacional que simula
as infraestruturas de conexão dos futuros parques offshore.
Os detalhes foram apresentados pelo coordenador técnico de
projetos de P&D do ISI-ER, Raniere Rodrigues Melo de Lima. “A ideia é a
gente ser muito objetivo, disponibilizar esses dados para que universidades,
outras entidades e investidores possam ter essas informações de maneira prática
e passar a colaborar com esse projeto”, informou. O documento abrange um Mapa
de Adequabilidade em Ambiente Offshore (mar); um Mapa de Adequabilidade em
Ambiente Onshore (terra); e ainda a Sugestão de Zonas de Conexão
Offshore/Onshore (Landfall).
Foram identificados 11 grandes “corredores” no litoral do
Estado, chamados “Zonas de Conexão”, para o desenvolvimento de infraestruturas,
incluindo linhas de transmissão (LT) e subestações (SE), que permitirão a
transição da transmissão offshore para o ambiente onshore, interligando a
energia produzida pelos parques offshore ao Sistema Interligado Nacional – SIN.
Outros estudos e análises por parte do Estado irão selecionar as zonas
prioritárias de investimentos.
O diretor regional do ISI-ER, Rodrigo Diniz de Mello,
informou que “todos os aspectos estão na mão para que os senhores empresários e
suas empresas tomem a decisão e ganhem tempo”, ao passo que o Governo Federal
avança na regulação do setor.
Em agenda oficial na China, o secretário de desenvolvimento
econômico do Estado, Jaime Calado, deixou uma mensagem em vídeo para os
participantes do evento: “O Rio Grande do Norte está na frente com esse estudo,
feito com muita qualidade e para que a gente consolide o Rio Grande do Norte
como um grande polo de geração de energia limpa. E ao mesmo tempo, junto ao
nosso Porto Indústria Verde, a gente vai gerar aqui um polo de consumo de
hidrogênio verde em larga escala”, disse.
Para o diretor substituto de programas de Inovação no SETEC
do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Rafael Menezes, o projeto
apresentado hoje pelo Governo do RN “trará benefícios não somente para o
estado, mas também para todo o Brasil. O MCTI nesse sentido cumpre seu papel em
apoiar várias iniciativas que impulsionam a energia eólica offshore e que
apoiarão a jornada brasileira rumo a uma transição energética justa e
inclusiva”.
A plataforma interativa e o documento com análises completas já estão disponíveis através do link: https://webmapisi-er-production.up.railway.app/
Planejamento Estratégico
O coordenador de desenvolvimento energético do RN, Hugo
Fonseca, explicou que este é mais um passo dentro de um plano estratégico do
Governo do Estado, que inclui ainda o desenvolvimento de um hub de serviços em
energias renováveis e produção de combustíveis power-to-X, do Programa
Norte-Riograndense de Hidrogênio Verde, e da preparação para a construção do
Porto Indústria Verde do RN. “Nós começamos com o Atlas Eólico e Solar, que foi
publicado ano passado, e inclusive grandes empresas que hoje estão aqui
utilizam esses dados e análises no seu processo”.
O RN possui hoje 10 projetos para geração eólica offshore em
processo de licenciamento junto ao Ibama. Ao considerar a capacidade instalável
apresentada no Atlas Eólico e Solar do RN, será possível um escoamento de mais
de 38 GW de geração de energia offshore. A área propícia para as conexões é
constituída de aproximadamente 62,2 km de extensão no litoral norte potiguar,
indo dos municípios de Touros (Leste) a Tibau (Oeste), abrangendo praticamente
todos os municípios da margem equatorial.
Leilões de Transmissão
De acordo com o secretário Jaime Calado, a gestão da
governadora Fátima Bezerra vem, desde 2021, pleiteando junto ao Governo Federal
para que sejam feitos novos leilões de transmissão para dar conta da demanda
que está por vir. “Já com o novo Governo [Federal], conseguimos ter o leilão de
transmissão para o dia 1º de março de 2024”.
Também estiveram presentes: Antenor Roberto, procurador geral
do Estado; Sílvio Torquato, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico
(Sedec); Paulo Varella, secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Semarh); Gustavo Coêlho, secretário de
Infraestrutura (SIN); Ivanilson Maia, chefe do Gabinete Civil; Leonlene Aguiar,
diretor-presidente do Idema; Gilton Sampaio, presidente da Fapern; Jeová Lins,
superintendente do BNB-RN; Fábio Ferreira, representante da CPFL; Bruno Fortes,
representante da Vestas Brasil; Francisco Silva, representante da Abeeólica;
Comandante Mota, da Marinha do Brasil; Robson Barbosa, secretário executivo de
Energia do Estado da Paraíba; Wilmar Pereira vice-presidente da Fiern; Raquel
Germano, promotora de justiça; Renato de Doquinha, prefeito de São Miguel Do
Gostoso; Olavo Bueno, presidente do Parque Científico e Tecnológico Augusto
Severo - PAX; Roger Justino, representante da Petrobrás; Leonardo Araújo,
representante do IFRN; Júlio César, representante da UFERSA; Sérgio Azevêdo,
presidente do Sinduscon e o coordenador de Relações Institucionais, Thiago
Medeiros, representando o Cerne.
Fonte: SEDEC/ASSECOM
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