quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Professor da UEPB ensina como fazer repelente natural contra o Aedes aegypti com menos de R$ 5

Professor da UEPB ensina como fazer repelente natural contra o Aedes aegypti — Foto: G1/Reprodução

O professor de agroecologia Walter Vasconcelos, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), ensina como produzir um repelente natural contra o Aedes aegypti gastando menos de R$ 5. O produto faz parte do “Zika UEPB”, um projeto de extensão e pesquisa da instituição que beneficia cidades do Agreste, Cariri e Sertão.

Conforme o professor e coordenador do projeto Zika UEPB, Cidoval Morais, “a inovação do projeto é reverter a lógica do controle vetorial de arboviroses, que hoje é centrada no controle químico, no uso de veneno”. Segundo ele, substituindo estes produtos tóxicos pelo repelente natural, será possível repelir o mosquito sem risco à saúde e à natureza.

 

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Até chegar à fase de produção dos repelentes, o projeto passou por outras etapas, iniciando com a mobilização da comunidade. Em seguida, foi feito o plantio e cultivo de mudas e plantas repelentes em hortas chamadas de laboratórios vivos e, após esta, foi feita a distribuição das mudas às comunidades. No momento, o projeta se concentra no aprofundamento dos experimentos e enfrentamento do combate ao mosquito.

 

As plantas cultivadas nos laboratórios vivos foram escolhidas após reuniões da comunidade acadêmica com profissionais de saúde, conforme explicou o professor Cidoval. Após definir as nove plantas que integram o projeto, foi feito um exame científico, isto é, “fomos buscar na literatura científica se há estudos que comprovem a eficácia das plantas escolhidas, e todas elas possuem princípios ativos e repelentes”, afirmou.

Foram escolhidas as plantas citronela, capim-santo, erva-cidreira, menta, manjericão, hortelã, alecrim, arruda e lavanda.

Quatro laboratórios já foram implantados pelo projeto, em Tenório, Junco do Seridó, Olivedos e Lagoa Seca - cidades onde as ações estão concentradas no momento. De acordo com o coordenador, a meta é implantar 100 laboratórios vivos até 2022.

Ainda conforme Cidoval Morais, nas cidade de Assunção, Juazeirinho, Livramento, Pocinhos, Santo André, Soledade, Taperoá, São José dos Cordeiros e Salgadinho já houve formação, capacitação e disseminação das ideias dos laboratórios vivos.

Casos de arboviroses na Paraíba

Conforme o último Boletim Epidemiológico das Arboviroses divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), até o dia 3 de novembro a Paraíba confirmou dez mortes causadas por dengue, zika e chikungunya em 2020.

O documento aponta que a dengue lidera os registros de infecção das doenças, com 6.128 casos prováveis; seguido pela chikungunya, com 1.673 notificações; e zika, com 313.

De acordo com o boletim, as regiões de saúde com maior incidência de arboviroses são a 13ª, 4ª e 15ª, localizadas no Sertão, Borborema e Agreste, respectivamente.


Veja receita do repelente natural de citronela

Ingredientes

1 litro de álcool 70% ou 46%

50g de cravo-da-índia

200g de citronela

Óleo corporal

1 copo de água filtrada ou destilada

Modo de fazer

Quatro dias antes de produzir o repelente, é necessário deixar o cravo da índia dentro de 500ml de álcool. No dia de fazer o produto, coloca a citronela cortada no liquidificador junto com 500ml de álcool. Bate até as folhas ficarem bem trituradas. Em seguida coa a mistura com uma peneira de malha fina em uma jarra. Em seguida, acrescenta a água aos poucos e a mistura do cravo-da-índia com álcool. Mistura bem.

Para uso doméstico:

Coloca a mistura em um borrifador para usar na limpeza de móveis, portas e pisos.

Para uso corporal:

Acrescenta qualquer óleo corporal (de sua preferência) na mistura e mexe bem. Coloca o repelente dentro de um vidrinho, para usar sempre que necessário.

Fonte: G1 Paraíba 

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