sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Governo distribui sementes crioulas e incentiva produção de alimentos saudáveis

Em mais uma ação concreta de fomento à agricultura familiar do Rio Grande do Norte, o Governo do Estado iniciou, nesta terça-feira (14), no Campus da Ufersa, em Mossoró, o processo de distribuição de aproximadamente 54 toneladas de sementes orginalmente cultivadas sem agrotóxicos, livres de transgenias, da Safra 2021/22 do Programa Estadual de Sementes Crioulas. Também chamadas de sementes da tradição, pelo fato de serem preservadas a cada safra por um guardião ou guardiã da família, as sementes crioulas representam respeito às comunidades tradicionais e possibilitam a manutenção de hábitos alimentares saudáveis e a baixo custo.

A governadora Fátima Bezerra celebrou, junto aos agricultores e às agricultoras familiares que ocuparam o auditório Amâncio Ramalho, da Universidade Federal Rural do Semiárido, as ações de fortalecimento da agricultura familiar no estado, implementadas em sua gestão desde o ano de 2019, como é o caso da Política Estadual de Sementes de Cultivares e Mudas Crioulas, amparada pela Lei Estadual Nº 10.852/21.

“Eu quero dizer da importância deste momento, em que estamos fazendo nosso dever de casa, garantindo que as famílias tenham a previsibilidade de plantar a tempo de alcançar o inverno. Com as bênçãos de Santa Luzia, teremos muitas chuvas”, afirmou. Ela ressaltou o fato de este ser o maior programa de aquisição de sementes tradicionais do país.

"As sementes crioulas representam muito para a agricultura familiar em termos de segurança alimentar e nutricional. E é sobre isso que estamos falando, governar é cuidar das pessoas”. 

Governadora Fátima Bezerra

Inicialmente, 3.375 famílias cadastradas recebem um quantitativo de sementes de milho, feijão, sorgo forrageiro, arroz vermelho, gergelim branco, gergelim preto e fava, como forma de incentivo a permanecerem com suas culturas agrícolas e repetirem hábitos ancestrais. O Programa Estadual de Sementes Crioulas, para o qual estão sendo investidos recursos do tesouro estadual na ordem de R$ 900 mil, atende prioritariamente a comunidades tradicionais (quilombolas e indígenas), além de assentados da reforma agrária.

O secretário Alexandre Lima, titular da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf-RN), destacou o fato de que a aquisição e a distribuição de sementes crioulas implementadas pelo Governo do Estado estão amparadas pela Lei Estadual Nº 10.852/21, de autoria da deputada estadual Isolda Dantas. “Esse foi um passo importante para consolidar o nosso programa como o maior do Brasil. Estamos causando uma revolução nas comunidades tradicionais. O programa, em seu terceiro ano de execução, está se consolidando como uma política de estado. Temos uma lei avançada, com dotação orçamentária prevista no orçamento anual do estado”, reforçou.

O gestor destacou a qualidade das sementes, com alto poder de germinação e o máximo de pureza. Na ocasião, foi assinado um convênio com a Fundação Guimarães Duque (de Apoio à Ufersa), que vai viabilizar a análise da qualidade das sementes que compõem o programa. ”É o governo da inclusão. Essa é uma iniciativa da qual me orgulho muito. Vida longa à agricultura familiar no Rio Grande do Norte”, disse Alexandre.

Coordenado pela Sedraf, o programa é executado pela Emater-RN (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), em parceria com a Articulação do Semiárido (ASA Potiguar), União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Uern (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte), Ufersa e outros movimentos sociais do campo. Presente ao evento, o diretor da Emater, César Oliveira, resumiu a importância do programa em quatro eixos: autonomia, cultura, biodiversidade e segurança alimentar. "Se alguém tiver dúvidas sobre o que significa esse programa, essas palavras sintetizam a importância desta ação.  Esse governo é um governo que pensa na inclusão social", reforçou.

Feijão

O agricultor José Dorismar de Moura, 53 anos, natural de Patu, é beneficiário desde a primeira safra e considera de fundamental importância cultivar com as sementes crioulas. “Eu recebi 3 kg de feijão pingo de ouro e colhi cerca de 20 kg. Para mim, com todas as dificuldades de manejo com a terra e também a estiagem, foi um resultado muito bom, mesmo servindo apenas para consumo próprio. Eu já guardei as sementes melhores para plantar”, afirmou.  

Guardião de sementes em sua comunidade há mais de 20 anos, o agricultor Rildo Souza de Góis, 54 anos, de Felipe Guerra, está fornecendo 300 kg de semente ao governo. “É um programa muito importante porque além de ser um incentivo para quem preserva as sementes, é uma garantia para quem precisa plantar. Se o governo não distribui a tempo, a gente perde a oportunidade de plantar logo nas primeiras chuvas”, argumentou.

Representando a Assembleia Legislativa, a deputada Isolda Dantas, que também é autora da Lei Estadual 10.536/19, que criou o Pecafes (Programa Estadual de Compras Governamentais da Agricultura Familiar e Agricultura Familiar), agradeceu à governadora pela implementação dos programas que fortalecem a economia rural e garantem a produção de alimentos saudáveis. "Não tem nada melhor para uma parlamentar como eu do que ver suas leis sendo tão bem executadas. Está sendo assim com o Pecafes e também com a lei que criou a política de sementes crioulas", declarou.

A agricultora Neneide Lima, líder da Rede Xique-Xique, falou em nome da Unicafes, que articulou o mapeamento das sementes. "Quero agradecer a essa governadora popular, agradecer a cada uma agricultora, a cada agricultor, que mesmo com as dificuldades, conseguiu produzir sementes de qualidade. Muito obrigada! Estamos lutando por um território livre de transgênicos", afirmou.

Os territórios e municípios contemplados são Alto Oeste (Doutor Severiano, Encanto, José da Penha, Pau dos Ferros, Portalegre, São Miguel Potiguar); Sertão do Apodi (Apodi, Caraúbas, Felipe Guerra, Janduís, Patu, Rafael Godeiro, Severiano Melo, Upanema); Vale do Açu/Mossoró (Assú, Ipanguaçu, Mossoró, Pendências e Porto do Mangue); Sertão Central (Angicos, Fernando Pedroza, Pedro Avelino); e Mato Grande (Taipu, Bento Fernandes, João Câmara, Santa Cruz, Lajes Pintadas, São Bento do Norte, Pureza, Touros, São Miguel do Gostoso Cabugi).

Também estavam presentes à solenidade o deputado estadual Souza Neto; a professora Socorro Batista (secretária adjunta do Gabinete Civil); Manoel Marques (diretor do DER-RN); Renan Mendonça (prefeito de Upanema); professora Liz Carolina (pró-reitora da Ufersa); Lucas Godeiro (presidente da Fundação Guimarães Duque); Lúcia Paiacu Tabajara (representante da Aldeia Indígena Paiacu Tabajara); Francisco Elpídio (presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Lavoura de Mossoró), representando a Fetarn; Ivi Aliana Dantas (coordenadora da Asa Potiguar); professor Jadson (Diretor 12º Direc);  Agnaldo Fernandes (presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi);  Joelma Menezes (diretora da ONG Centro Padre Neefs); Cláudia Mota (coordenadora da Terra Viva); Aglailton Fernandes (MST); Conceição Dantas (Marcha Mundial das Mulheres); Shields (representante do mandato o senador Jean Paul Prates);  Professora Inalda (representante do deputado Francisco do PT).

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Governo encerra projeto de alfabetização no campo com 72% dos inscritos alfabetizados

Mais de 2.440 agricultores e agricultoras familiares potiguares encerraram nesta terça-feira (14) um ciclo de muito aprendizado: o Projeto de Alfabetização com Qualificação Social e Profissional, iniciativa do Governo do Estado, por meio do Projeto Governo Cidadão e Secretaria Estadual de Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SEEC), com recursos do empréstimo junto ao Banco Mundial. O programa baseado na proposta pedagógica de Paulo Freire alfabetizou 72% dos inscritos e transformou a vida de milhares de jovens e adultos. A cerimônia de encerramento aconteceu na Escola de Governo e contou com entrega de certificados e apresentações culturais

“É motivo de muita alegria estar aqui hoje, porque aprendemos e também ensinamos muito. Aprendemos não só a escrever o próprio nome e ler, mas também a cuidar da terra, e ganhar qualidade de vida comendo o que plantamos na nossa própria horta. Todos aqui vivemos da agricultura e aprendemos a cuidar ainda mais da terra”, destacou a agora alfabetizada Cláudia Virgínia da Silva, moradora da comunidade Riacho do Sangue, em Macaíba, representando todos os alfabetizandos inscritos no curso.

A ação teve como objetivo principal oferecer alfabetização integrada à qualificação social e profissional aos jovens e adultos agricultores e agricultoras familiares, que vivem no campo e tiram dele o seu sustento. O processo de alfabetização foi acompanhado de um trabalho com eixos articuladores que colocaram em foco temas como a agricultura familiar, agroecologia, cidadania e questões de gênero.

O projeto recebeu 2.442 inscrições, das quais 51% foram de mulheres, superando o objetivo inicial de receber 30%. Setenta e seis por cento das mulheres inscritas foram alfabetizadas, 6% a mais do que o objetivo inicial; e 72% dos alunos terminaram o curso alfabetizados, alguns encaminhados inclusive para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foram contratados 217 educadores, que receberam formação continuada e trabalharam durante oito meses em 27 municípios e 83 comunidades.

“No ano do centenário de Paulo Freire, não há forma mais viva de celebrá-lo do que com esse projeto. Vocês já tinham o saber e com esse programa tiveram acesso a ferramentas para multiplicar o conhecimento e alcançar cidadania. Essa é uma conquista importante para o nosso Governo e vocês todos estão de parabéns”, disse o vice-governador Antenor Roberto, ao se dirigir a uma plateia repleta de alfabetizandos.

O secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, destacou a emoção do momento para todos aqueles que lutam pela educação. “Quando chegamos ao governo, a professora Fátima nos deu a missão de destravar todas as ações do Projeto Governo Cidadão que tinham problemas. Essa era uma delas. Em um esforço integrado, tiramos do papel e hoje vivemos este momento gratificante de encerrar o ano com resultados tão expressivos na educação. Esta é uma área prioritária para nosso Governo porque nosso povo merece e tem direito ao entendimento do mundo e da palavra”, disse, fazendo referência à  uma frase de Paulo Freire.

Entre as comunidades atendidas pela ação, estão beneficiários indígenas, do MST, FETRAF, de religião africana, quilombolas, pescadores, marisqueiras, assentamentos e acampamentos. As aulas aconteceram em espaços como escolas estaduais e municipais, sindicatos, barracões de acampamentos, sede de associações, galpões, centro comunitários, entre outros.

A secretária adjunta de Educação, Márcia Gurgel, parabenizou as equipes envolvidas na iniciativa e reforçou que a alfabetização não é esmola, e sim um direito social de todos os potiguares. “A nossa responsabilidade de garantir o direito à educação a todo o povo do Rio Grande do Norte segue firme. Este é um compromisso do qual não abriremos mão”, acrescentou. O Governo contou ainda com parceiros como Funcern e Ação Educativa para concretizar a ação. No total, foram investidos cerca de R$ 3 milhões.




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