Há 150 anos, no sertão seridoense, nascia o compositor e
maestro Antônio Pedro Dantas, eternizado Tonheca Dantas (1871-1940). A
programação do seu sesquicentenário, que segue até 13 de junho, foi aberta
nesta quinta-feira (10) em cerimônia onde a governadora Fátima Bezerra
sancionou lei Nº 10.923, que reconhece o município de Carnaúba dos Dantas como
“Terra da Música” no Rio Grande do Norte.
O evento em alusão ao aniversário é realizado pela Prefeitura
de Carnaúba dos Dantas, em parceria com o Governo do RN, por meio da Fundação
José Augusto. A programação comemorativa inclui na sexta-feira (11) inauguração
de uma escultura de Tonheca Dantas com oito metros de altura, assinada pelo
artista plástico Guaraci Gabriel, em Carnaúba dos Dantas.
“Evidente que minha geração não teve o prazer de conhecer
Tonheca Dantas, mas o conhecemos pela beleza da sua produção artística, que é
rica, variada e de grande qualidade. Algumas pessoas podem até não conhecer
Tonheca Dantas, mas já ouviram sua valsa mais famosa, Royal Cinema”, destacou a
governadora, ao dizer que a homenagem demonstra o respeito que todos devem ter
à memória artística e musical do estado.
“Manter viva a memória e a obra desses grandes compositores é
manter viva a nossa cultura e o legado que eles plantaram, que eles deixaram.
Vamos participar intensamente”, disse a professora Fátima Bezerra no evento
híbrido, conectado com gestores municipais, considerados por ela conterrâneos,
já que nasceu em Nova Palmeira, limite com Carnaúba dos Dantas.
O projeto de lei foi apresentado pelo deputado estadual
Hermano Morais, subscrito pelo deputado Francisco do PT e aprovado pela
Assembleia Legislativa em maio. O título é um reconhecimento à vocação musical
do município, em especial a duas pessoas que levaram o nome do Rio Grande do
Norte para o mundo: Tonheca Dantas e o seu primo Felinto Lúcio Dantas.
“Infelizmente a pandemia não permitiu que fizéssemos uma
festa ainda mais grandiosa. Fico muito honrado de poder contribuir para que
essa homenagem seja à altura da grandeza da obra de Tonheca. A lei institui
aquilo que já é reconhecido pelo povo potiguar”, disse o deputado.
Sesquicentenário
A solenidade contou com a participação do vice-governador,
Antenor Roberto; do secretário-chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves; do
diretor-presidente da FJA, Crispiniano Neto.
“Às vezes a gente presta homenagens a ícones da cultura e a
cidade não entra no clima. Senti que Carnaúba dos Dantas ia abraçar o
sesquicentenário quando fizemos uma reunião num sábado à noite”, brincou Crispiniano,
acrescentando que quando comunicou à governadora também foi notório o seu
entusiasmo.
O gestor cultural compartilhou que centenários de outras
personalidades do RN em 2021: a sambista Ademilde Fonseca, o escritor Homero
Homem, o professor Veríssimo de Melo, o compositor Janduí Filizola, e ainda o
educador Paulo Freire, que é recifense, mas se fez potiguar em Angicos.
Os membros do governo foram contemplados com medalha de honra
ao mérito entregues pelos membros da comissão organizadora do Sesquicentenário
Pedro Brito e Manoel Cavalcanti Neto.
“O Seridó é um celeiro de música. Dizem que o Seridó é uma
civilização, talvez sejamos civilizados porque lá estudamos desde que nascemos,
estudamos música. Se há uma linguagem universal no planeta é a música”, disse
Pedro Brito, lembrando que comumente crianças são vistas solfejando lições.
“Falar da música é falar de uma arte que faz parte da rotina
dos carnaubenses desde tempos afastados, pois nossa cidade é um terreno fértil
no âmbito musical e dessas terras férteis surgiu o músico Tonheca Dantas”, disse
o prefeito de Carnaúba dos Dantas, Gilson Dantas de Oliveira, na abertura do
Sesquicentenário.
O prefeito ressaltou a importância do evento para os valores
do município, que tem a música em sua identidade. Também fez referência ao
trabalho da Orquestra Filarmônica Onze de Dezembro, conduzida hoje pela batuta
do maestro Márcio Dantas.
Os maestros Linus Lerner, da Orquestra Sinfônica do Rio
Grande do Norte, e João da Banda, da Banda Sinfônica da Cidade do Natal, também
acompanharam a solenidade.
Tonheca Dantas
Nascido em 13 de junho de 1871, em Carnaúba dos Dantas,
Antônio Pedro Dantas, conhecido como Tonheca Dantas, faleceu em 07 de fevereiro
de 1940 em Natal. Foi um notável compositor e maestro brasileiro, músico
autodidata, autor de uma obra de mais de mil peças musicais até hoje executadas
pelas bandas filarmônicas do Brasil afora e até mesmo no exterior. É de sua
autoria a Valsa Royal Cinema, obra imortalizada, que compôs para um cinema da
cidade de Natal.
Seu repertório autoral é formado principalmente pelo gênero
musical valsa, mas também dobrados, maxixes, hinos, xotes, polcas, marchas e
outros gêneros musicais orquestrados. São obras famosas também a Valsa Delírio,
a suíte Melodia do Bosque, Valsa A Desfolhar Saudades, a marcha solene Republicana,
dobrado Tenente José Paulino, Embaixador na Paraíba, Correio do Norte.
Fonte: ASSECOM/RN
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Fonte: ASSECOM/RN
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