Ivan Baron alcançou a marca de 200 mil seguidores no
Instagram e 300 mil no TikTok ao falar sobre capacitismo e representatividade.
Foto: Adriano Abreu
Desde 2018, o natalense Ivan Baron vem criando conteúdo sobre
representatividade e inclusão de pessoas com deficiência na internet. Em 2020,
seu trabalho teve uma maior projeção nacional ao corrigir expressões
capacitistas da cantora e campeã do Big Brother Brasil, Juliette Freire. Desde
então, o estudante de pedagogia tem se dedicado à criação de conteúdo com o
intuito de conscientizar seus seguidores através do humor e da leveza.
Atualmente, conta com mais de 200 mil seguidores no Instagram e 300 mil no TikTok.
Aos três anos de idade, Ivan foi acometido por um quadro de
meningite viral e uma das complicações decorrentes foi a paralisia cerebral. O
jovem de 24 anos considera que o momento do diagnóstico foi a primeira vez que
vivenciou o capacitismo. “Foi todo um processo, principalmente para os meus
pais. Antes eu era uma criança que não precisava de nenhuma adaptação e
terapia, aí veio aquele baque do diagnóstico. O médico foi curto e grosso ao
dizer que eu nunca mais iria andar nem falar”, relata. Decididos, os pais de
Ivan levaram o filho para dar início a sua reabilitação no Hospital Sarah
Kubitschek em Brasília.
O ambiente da internet nunca foi estranho ao futuro
influenciador. Sempre consumidor de conteúdos digitais, Ivan passou a se sentir
cada vez mais inquieto com a falta de representatividade de pessoas com
deficiência, até mesmo em pesquisas sobre capacitismo. “Eu não me sentia
representado e naquele auge dos movimentos políticos sociais em 2018 comecei a
questionar. Ouvíamos muito sobre a questão da representatividade preta e
LGBTFobia, mas nunca vi a questão do capacitismo”.
“Comecei a pesquisar na internet qual era o nome da violência
que eu sofria enquanto uma pessoa com deficiência. E, olha só que curioso,
descobri a partir de outra pessoa sem deficiência. É algo problemático, é a
mesma coisa de uma mulher saber de feminismo por um homem e um preto saber
sobre racismo a partir de um branco. Claro que essas pessoas podem ser aliadas,
mas o protagonismo não é delas”, completa o influenciador.
A partir disso, Ivan se apropriou das redes e decidiu tomar o
protagonismo para si. Para tanto, precisou superar barreiras pessoais como a
autoaceitação quanto a sua voz e corpo. O conteúdo, inicialmente, ficava apenas
na sua bolha de amigos, mas por ser um assunto novo e que despertava
curiosidade, seus vídeos passaram a ser compartilhados por páginas como Mídia
Ninja e Quebrando Tabu, o que ajudou a alcançar uma maior visibilidade.
Tribuna do Norte
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