segunda-feira, 25 de abril de 2022

Potiguar Ivan Baron usa a internet para alertar contra o capacitismo

Ivan Baron alcançou a marca de 200 mil seguidores no Instagram e 300 mil no TikTok ao falar sobre capacitismo e representatividade. Foto: Adriano Abreu

Desde 2018, o natalense Ivan Baron vem criando conteúdo sobre representatividade e inclusão de pessoas com deficiência na internet. Em 2020, seu trabalho teve uma maior projeção nacional ao corrigir expressões capacitistas da cantora e campeã do Big Brother Brasil, Juliette Freire. Desde então, o estudante de pedagogia tem se dedicado à criação de conteúdo com o intuito de conscientizar seus seguidores através do humor e da leveza. Atualmente, conta com mais de 200 mil seguidores no Instagram e 300 mil no TikTok.

Aos três anos de idade, Ivan foi acometido por um quadro de meningite viral e uma das complicações decorrentes foi a paralisia cerebral. O jovem de 24 anos considera que o momento do diagnóstico foi a primeira vez que vivenciou o capacitismo. “Foi todo um processo, principalmente para os meus pais. Antes eu era uma criança que não precisava de nenhuma adaptação e terapia, aí veio aquele baque do diagnóstico. O médico foi curto e grosso ao dizer que eu nunca mais iria andar nem falar”, relata. Decididos, os pais de Ivan levaram o filho para dar início a sua reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek em Brasília.

O ambiente da internet nunca foi estranho ao futuro influenciador. Sempre consumidor de conteúdos digitais, Ivan passou a se sentir cada vez mais inquieto com a falta de representatividade de pessoas com deficiência, até mesmo em pesquisas sobre capacitismo. “Eu não me sentia representado e naquele auge dos movimentos políticos sociais em 2018 comecei a questionar. Ouvíamos muito sobre a questão da representatividade preta e LGBTFobia, mas nunca vi a questão do capacitismo”.

“Comecei a pesquisar na internet qual era o nome da violência que eu sofria enquanto uma pessoa com deficiência. E, olha só que curioso, descobri a partir de outra pessoa sem deficiência. É algo problemático, é a mesma coisa de uma mulher saber de feminismo por um homem e um preto saber sobre racismo a partir de um branco. Claro que essas pessoas podem ser aliadas, mas o protagonismo não é delas”, completa o influenciador.

A partir disso, Ivan se apropriou das redes e decidiu tomar o protagonismo para si. Para tanto, precisou superar barreiras pessoais como a autoaceitação quanto a sua voz e corpo. O conteúdo, inicialmente, ficava apenas na sua bolha de amigos, mas por ser um assunto novo e que despertava curiosidade, seus vídeos passaram a ser compartilhados por páginas como Mídia Ninja e Quebrando Tabu, o que ajudou a alcançar uma maior visibilidade.

Tribuna do Norte

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