segunda-feira, 15 de junho de 2020

Instituições brasileiras já preparam fábricas para vacina contra novo coronavírus


Os dois principais produtores de vacinas do Brasil, o Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, no Rio, e o Instituto Butantan, de São Paulo, entraram de vez na corrida pela produção da imunização contra o novo coronavírus com o avanço de acordos com empresas. As instituições também iniciaram o planejamento de adequação das fábricas para a manufatura do novo produto.

De acordo com Maurício Zuma, diretor do Bio-Manguinhos, a instituição busca um acordo para a produção de uma vacina no país em negociações com pelo menos quatro empresas. “Poderíamos começar a produção dessa vacina rapidamente, com capacidade para 40 milhões de doses por mês”, diz.

Esse número está dentro da capacidade instalada do instituto, uma vez que será possível adaptar linhas de produção atualmente usadas para outras vacinas. “Planejamos a implementação de novos turnos de trabalho, juntamente com um rearranjo das atividades produtivas, de modo a garantir o aumento necessário da produtividade para atender a essa nova demanda”, afirma o diretor.

Vacinas prioritárias, como as de febre amarela e tríplice viral, que imuniza contra o sarampo, não terão a fabricação afetada, segundo Zuma. No momento, a função do instituto, delegada pelo Ministério da Saúde, é fazer uma avaliação técnica das vacinas em desenvolvimento que estão em estágio mais avançado e também planejar como adequar a produção.

Atualmente, vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Pelo menos 10 estão na fase de estudo clínico, quando o teste é feito em humanos. As vacinas em estudo usam diferentes técnicas –algumas usam o vírus inativado e outras apenas o material genético do invasor para estimular resposta imunológica nas pessoas, por exemplo. Zuma diz que o instituto busca empresas que estão na frente nessa corrida e que a plataforma da vacina não vai ser um critério de exclusão na escolha.

“É importante não se precipitar no momento de escolher. Muitas dessas vacinas ainda precisam mostrar resultados e não podemos fazer uma escolha errada”, afirma. O governo de São Paulo anunciou na quinta-feira (11) uma parceria do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac Biotech para testar e produzir uma vacina contra o coronavírus . A estimativa é que ela esteja disponível até junho de 2021, se for aprovada nos testes.

Fonte: Blog da Gláucia Lima.


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