sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Programa Cozinha Solidária promoverá formação para 100 unidades, em três estados

Além de importante instrumento para a segurança alimentar do país, o Programa Cozinha Solidária avança com políticas de formação para geração de trabalho e renda nos territórios mais vulneráveis.

Nesta quinta-feira (4.09), o II Encontro Nacional do programa finalizou as oficinas da Modalidade de Apoio à Formação no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro. O evento contou com a participação de 150 pessoas e 60 representantes de cozinhas de todo o país.

As oficinas foram organizadas como espaços de escuta ativa para identificar possibilidades de parcerias e demandas específicas das comunidades atendidas pelo programa. A iniciativa marca a fase de implementação da Modalidade de Formação, que começa neste mês, com cursos-piloto em três estados.

A coordenadora-geral de Cozinhas Solidárias do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Ana Carolina Souza, explicou o processo de construção coletiva que fundamenta a nova modalidade. “O primeiro encontro foi muito importante, porque as cozinhas e entidades gestoras ajudaram nessa construção. Agora, avançamos na etapa de implementação da modalidade de formação”, afirmou.

O projeto-piloto atingirá inicialmente 100 cozinhas solidárias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. “A gente vai disponibilizar cursos para formar as pessoas que trabalham, que se voluntariam nas cozinhas e também os beneficiários das cozinhas solidárias”, explicou Carolina, ressaltando o caráter triplo do apoio: financeiro; fornecimento de alimentos via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); e formação.

O processo formativo foi construído de maneira colaborativa desde o primeiro encontro nacional. “É um processo que dá muito orgulho para a gente. No primeiro encontro nacional, ouvimos as cozinhas sobre como deveria ser esse processo de formação e como isso vai auxiliá-las”, recordou a coordenadora.

A meta é aprender com a experiência para expandir a formação em 2026. “Vamos aprimorar, para no ano que vem alcançar todas as cozinhas solidárias com modalidades diversas de formação, pensadas tanto para qualificar o trabalho de produção de refeições, quanto para gerar renda, para que essas pessoas possam ter seus diplomas e chegar ao mercado de trabalho.”

Juliana Favacho, da Associação Cidade para Todos, destacou a sintonia entre as formações do MDS e as necessidades reais dos territórios. “A formação para a gente sempre foi um norte. Quando vem agora a formação do MDS, a gente viu que os temas conversam muito com o trabalho realizado nas cozinhas no território”, constatou.

Ela ressaltou ainda a importância de temas como geração de renda e o Guia Alimentar para a População Brasileira, para quem atua na ponta. “São temas que conversam muito com as pessoas que estão trabalhando na cozinha e que elas não fazem ideia de como isso acontece. A capacitação das cozinheiras é uma necessidade permanente e isso estar dentro do programa é muito importante”, completou Favacho.

O significado histórico das cozinhas solidárias como espaços de formação e cidadania foi lembrado por Juliana Torquato, membro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). “Essas experiências concretas, que inspiram políticas públicas, representam muito mais que produção de refeições. São espaços onde se fortalecem a luta pela cidadania e se constroem soberania alimentar a partir dos territórios, mantendo vivos os princípios e autonomias que as comunidades historicamente construíram”, afirmou a conselheira.

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